Mercado financeiro reduz previsão de inflação para 2025 pela quinta vez consecutiva, mantendo crescimento econômico estável

Susan Green

O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira revelou uma nova redução na estimativa de inflação para o ano de 2025, marcando a quinta queda consecutiva nesse indicador. A projeção atual do mercado financeiro aponta para uma inflação de 5,20% ao longo deste ano, uma leve diminuição em relação à estimativa anterior de 5,24%. Apesar dessa tendência de baixa, a inflação ainda permanece acima do teto da meta estabelecida pelo sistema de metas, que é de 4,5%.

A estimativa do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 se mantém estável em 2,21%, o que indica uma expectativa moderada de avanço econômico para o país. Para o ano seguinte, 2026, a previsão para o PIB apresenta uma pequena alta, passando de 1,85% para 1,87%. Esses números refletem a visão dos analistas financeiros sobre a evolução da economia brasileira no curto prazo.

Quanto à inflação para os anos subsequentes, o relatório mantém as projeções para 2026 em 4,50%, para 2027 em 4%, e para 2028 em 3,83%. O sistema de metas de inflação adotado pelo Banco Central estabelece o objetivo central de 3% para o índice, com uma margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%. A manutenção dessas estimativas mostra a expectativa de que a inflação venha a se estabilizar dentro dos parâmetros definidos.

O Banco Central utiliza a política de juros para tentar controlar a inflação e manter o índice dentro da meta. Atualmente, a taxa básica de juros, a Selic, está projetada para fechar 2025 em 15% ao ano, patamar que se mantém inalterado desde o último relatório. Para 2026, a projeção de juros recua para 12,50% ao ano, e para 2027, a expectativa é de uma taxa de 10,50% ao ano.

Além da inflação e da taxa básica de juros, o relatório Focus também traz projeções para outros indicadores econômicos relevantes. A taxa de câmbio para o dólar comercial para o fim de 2025 caiu ligeiramente de R$ 5,72 para R$ 5,70, enquanto para o fim de 2026, a estimativa também teve pequena redução, de R$ 5,80 para R$ 5,79. O saldo da balança comercial brasileira em 2025 foi revisado de um superávit de US$ 74 bilhões para US$ 73 bilhões, mantendo-se em US$ 78 bilhões para 2026.

No que se refere ao investimento estrangeiro direto no Brasil, a previsão do mercado financeiro permanece estável em US$ 70 bilhões para os anos de 2025 e 2026. Esses investimentos são fundamentais para o desenvolvimento econômico, pois ajudam a impulsionar setores produtivos e contribuem para a geração de emprego e renda no país.

O sistema de metas do Banco Central exige que a inflação seja mantida dentro do intervalo de tolerância, sob risco de o órgão ter que enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda explicando os motivos do descumprimento. Em 2024, a meta foi ultrapassada devido a fatores como alta atividade econômica, desvalorização do real e eventos climáticos extremos. Para 2025, o mercado projeta que o índice de preços ao consumidor continuará acima do teto da meta, apesar das quedas sucessivas na estimativa.

Compreender as expectativas do mercado financeiro sobre a inflação, o PIB, a taxa de juros e outros indicadores é essencial para investidores, empresas e consumidores planejarem suas decisões econômicas. A redução na estimativa da inflação para 2025 sinaliza uma melhora no controle dos preços, ainda que a vigilância do Banco Central continue fundamental para assegurar a estabilidade econômica e o poder de compra da população.

Autor: Susan Green

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